Hoje celebra-se o dia da Caridade.
É assinalado hoje como homenagem a Madre Teresa de Calcutá. A mesma que ontem foi canonizada pela Igreja Católica e que para mim já era Santa desde sempre (que ninguém me leve a mal, por dizer isto)!
Ontem doeu-me muito ler tanta coisa negativa sobre uma referência de vida para mim.
Lembro-me bem, das inúmeras vezes que participei em reflexões sobre o trabalho de Madre Teresa de Calcutá. Como Católica, foi sempre para mim um exemplo. Como adolescente a trabalhar de forma voluntária na área social, era um modelo.
Longe estava o meu trabalho, do seu.
E nem consigo imaginar o que é na década de 40 trabalhar nas ruas, na Índia, junto de quem nada tem.
O seu trabalho foi de tal forma radical que na altura ela deixou a vida religiosa e só anos mais tarde a Igreja a voltou a acolher, a si e à sua obra.
Ou seja, a história de Madre Teresa de Calcutá, agora Santa, está longe de ser simples ou linear.
E será certamente isso que incomoda tanta gente.
Gente que certamente não consegue perceber o que é dedicar a vida a algo. E aqui não falo só, da capacidade dela em se dedicar aos mais pobres, mas cada pessoa na sua vida quando se dedica a causas, incomoda, destabiliza, porquê?
Certamente, porque nos obriga a rever a nossa própria forma de viver.
E neste caso a forma de uma mulher, que na rua e do nada criou um exemplo de vida a seguir.
Exemplo que se espalhou por todo o mundo e que ajuda imensa gente a viver melhor.
Para mim ontem foi um dia bom.
Foi um dia de testemunho de uma Igreja viva.
Uma Igreja que por vezes tem dificuldades em se mostrar actual.
Termos uma nova Santa, uma mulher dos tempos actuais, que nos serviu de exemplo na pobreza real, que foi humana nas acções e palavras, e por isso mesmo tantas vezes questionada e julgada.
Ter esta nova Santa faz com que a Igreja esteja mais próxima de cada um de nós. Faz com que nos seja mais real o caminho da Santidade, mais acessível, mais próximo.
Hoje dia da Caridade, é dia do Amor e para mim nunca haverá melhor texto que o que S. Paulo nos deixou.
1 Cor 13
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."