quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Existem dias que parecem não ter fim. Semanas que passam a ter muitas mais horas...

Quando se está à espera o tempo fica elástico.

Aí a ansiedade.
Ups...


It isn't anxiety, it is excitement.
But a very strange excitement...


segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Árvore de Natal

Como por aqui já referi, este ano não sei se vou montar a minha árvore de Natal.
Alguma será, só ainda não tenho a certeza se será a que tenho montado nos últimos anos.

A primeira árvore que montei com o Jorge era toda perfeitinha, só algumas fitas bem gordas, anjos e velas! Era toda dourada e vermelha. Talvez ao fim de 2 anos o meu marido disse que toda a gente tinha árvores vermelhas e douradas e que era o que se via em todas as superfícies comerciais.
Mudamos as decorações para prateado e azul!
Com os anos descobrimos que também era do que mais se via.

E começamos então a nossa árvore do gelo!
Um pinheiro artificial verde com pontas brancas, umas bolas bem grandes de luzes brancas, bolas e flocos de neve. Era muito despida, mas nós adorávamos.

As miúdas cresceram e cada vez traziam mais coisas das escolas para pendurar na árvore. Confesso que na ânsia da árvore estar sempre perfeita resisti em pendurar os enfeites que elas traziam. Com o tempo acabei por ceder e por adorar cada um deles.

Ao virmos para a Irlanda, as lembranças aumentaram. Além das decorações que as miúdas faziam, passamos a receber muitas como lembrança de Natal. E a nossa árvore para além das bolas cheias de luz e de flocos de neve, passou a ter pais natais, bonecos de neve, renas, uma sagrada família, estrelas, corações, botões e até ninjas!
Cada uma das decorações que colocamos tem um significado.
Elas adoram porque sabem todos.

Por esta altura o meu facebook enche-se com fotos das árvores de tantos que guardo no coração, aumento sempre a imagem na ânsia de ver as pequenas lembranças que vamos mandando com os anos!
Fico de coração cheio quando as vejo, porque sinto que estou naquele Natal.

Muitas vezes habituamo-nos tanto à ânsia de ser perfeitos que não cedemos ao valor que as pequenas coisas podem significar.

Adoro a minha árvore porque já não é só minha e do Jorge.
É de verdade de nós os 5 e de tantos com quem partilho as graças pelo nascimento de Jesus.




Esta última foto apareceu ontem no meu facebook é do último ano que montámos a árvore na nossa casa em Portugal e deu me umas saudades...

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Novembro parece infinito.
O frio chegou de vez.
Cada dia nos custa mais as esperas... e são muitas, entre a biblioteca, o Centro Comercial, as paragens dos autocarros, a escola da Matilde e a escola das mais novas.

Tudo isto porque continuamos à espera que nos liguem a marcar a dita "escritura".
A casa está pronta, mas faltam os papéis!
Já descobri mais alguns proprietários das casas vizinhas que estão na mesma situação que nós. E todos referem a mesma frase: "demasiado tempo", "é necessária mais paciência".
Todos fomos informados com as mesmas datas, o que nos leva a crer que sejam verdadeiras.
Mas existe sempre o mas...

O sistema imobiliário deste país é digno de um filme de terror.
Alugar casa é mais difícil que arranjar trabalho e como tal é possível que as pessoas cheguem a esta ilha e fiquem meses em Hotéis ou B&B, mesmo quando vêm com contratos de trabalho assinados.

No Verão quando começamos à procura de casa deste lado da cidade, fomos ver uma, mesmo pertinho da escola das miúdas, era uma casa de 2 quartos, cozinha juntamente com a sala e uma casa de banho. Éramos mais de 50 pessoas a ver a casa. O agente recebia o nome e todas as referências que, quem quer lugar casa neste país, tem de apresentar. Estamos a falar de contratos de trabalho, extractos bancários, recibos de ordenado e mesmo que se leve uma bula papal ou uma carta do Presidente da República, ainda assim pode não ser "escolhido" para ter o direito de pagar uma renda exorbitante!

Foi por sabermos de toda esta loucura (que com o final da crise se agravou ainda mais) que decidimos que permanecer na Irlanda passava obrigatoriamente por comprar casa.
Sabíamos que comprar casa também era um processo demorado e em que quem compra é sempre a parte mais fraca. Mas confesso que tinha esperança que o processo fosse mais ágil e menos burocrático!

Afinal comprar casa pode também ser um verdadeiro filme de terror.
No meio de tudo sei que tive sorte. Estamos numa casa onde nos tem sido possível renovar o acordo de aluguer mensalmente, o que torna possível neste momento não temer ficar sem tecto durante o Natal.

Mas quando para aqui vim, empacotei tudo aquilo de que não ia necessitar nos próximos 3 meses! Afinal já passaram 5... e nas caixas lembro-me que guardei comida, chocolates, detergentes até! Não faço a menor ideia em que estado exacto estará tudo e recuso-me a abri-las. Temos uma arrecadação debaixo das escadas da casa e as primeiras caixas que entraram para o fundo desse cubículo foram as decorações de Natal e a respectiva árvore, o resto está cheio de caixas até à porta da arrecadação.
Já disse que se aqui estiver no Natal prefiro comprar uma árvore nova do que tentar ir buscar a nossa!

Atenção não se trata de uma questão de preguiça, ou simples teimosia, não querer abrir as caixas. Nós estivemos 2 anos a viver numa casa sem mobília, ou seja, tudo o que estava na casa era nosso. Agora estamos a viver numa casa muito mais pequena e completamente mobilada. Não existe espaço para meter mais nada. Ao todo nesta casa temos neste momento 18 cadeiras e mais 4 bancos (isto para dar uma ideia).

Tudo isto tem o lado magnifico que é quando formos abrir as caixas tudo será uma surpresa. Um autentico Natal.

Devido ao facto de termos caixas de cartão espalhadas pela casa toda andamos constantemente a espirrar. Pois ainda que eu limpe, o pó acumulado no cartão alimenta de forma eficaz as nossas alergias!
Dado ter tanta coisa guardada, agora que chega a altura do Natal tem sido um desafio encontrar novos espaços para guardar as prendas das miúdas...

Enfim... quando esta aventura chegar ao fim teremos para sempre esta história para contar, sobre a maior adversidade que se apresenta a quem se desloca para a Irlanda, arranjar casa!

terça-feira, 21 de novembro de 2017

sinto saudades da minha filha mais velha

A Matilde começou este ano a escola secundária.
As diferenças são muitas, mas a nível curricular tudo continua a correr bem.

No entanto existe uma coisa, que todos estranhamos imenso, o horário.
Ela agora passa muitas mais horas na escola e quando chega a casa tem sempre trabalhos de casa para fazer. Como tal, são poucas as horas que ela se pode sentar comigo e com as irmãs a não fazer nada, a brincar, a conversar.

Sentimos imenso esta diferença.

A escola está a correr bem.
Estranhamos imensa coisa, ela estranhou ainda mais a ausência das amigas dos últimos 4 anos. É mais uma vez começar de novo e agora com 12 anos, o que como sabemos, vai cada vez custando mais.
Mas a nível pedagógico não temos nada a apontar à escola.
Eu tinha (e continuo a ter) imensa curiosidade sobre o ensino secundário daqui e até à data parece-me muito idêntico ao esquema do ensino primário. Simples, prático e muito organizado.

Vai começar esta semana os exames do primeiro período. Trouxe o calendário com as marcações. Cada professor marcou o seu exame com o professor responsável pelo primeiro ano, o que faz que em 8 dias tenha todos os exames, nunca tendo mais que 2 exames ao dia.
Nas semanas dos exames não há aulas, só fazem exames.
Se tiverem que ficar na escola entre exames, vão para uma sala designada para estudarem para os exames que vão ter a seguir.

A Matilde encontra-se no sétimo ano tem um horário simples, com entrada todos os dias à mesma hora. Os conteúdos programáticos são dados de forma simples, sem pressa. Daquilo que vou acompanhando do sistema português, parece-me que aqui se demora mais tempo a dar conteúdos, o que faz com que pareça que se anda atrasado, por comparação.

No sétimo ano, ela ainda entrega trabalhos feitos à mão. Valorizam mais a sua caligrafia que saber usar um computador. Se tiver que fazer uma apresentação ainda usa o método da cartolina com colagens, o que faz com que todo o trabalho seja dela.
Por aqui ainda se vai à biblioteca e é a própria escola que garante a inscrição dos alunos.

As aulas são de 40 minutos, sendo que as aulas práticas são 2 períodos seguidos.
Têm os seus cacifos onde deixam tudo o que não precisam para as aulas, incluindo os telemóveis, que não podem usar dentro da escola.

Por enquanto estamos satisfeitos, o sistema é simples, a escola acessível, em termos de comunicação com os professores.

Vamos continuando na expectativa, porque esta aventura ainda agora começou.



segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Não faço a menor ideia de quando a casa nos vai ser entregue e ainda que reze a todos os santinhos para que estejamos na casa antes do Natal, não existem garantias.

Mas desde que decidimos comprar a casa que desejo montar um quarto bem especial para as gémeas.

Elas já escolheram as camas e andam desde sempre a dizer querem um Kawai style bedroom.

Existem coisas de nos fazer perder a cabeça.








quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Qual o momento que mudou a sua vida?

É esta hoje uma das perguntas lançadas pela Rádio Comercial.
Acredito tanto nisto.
São momentos, decisões... na altura decidir se ficamos em casa ou vamos com aquele grupo. Se arriscamos em fazer algo completamente diferente, ou se fazemos o que todos esperam de nós.
Se nos contentamos em ficar em casa a ver TV, ou se perdemos tardes inteiras a trabalhar para os outros.
Não estou a falar do dia em que casamos, em que acabamos o curso, em que os nossos filhos nascem.
Esses dias são culminar de muitos outros. Houve muitas decisões tomadas para que esses dias se transformassem em marcos na nossa vida.

Consigo lembrar-me de alguns momentos em que tenho a certeza que se tivesse tomado outra decisão a minha vida não era o que é hoje;
* a clara decisão sobre a minha vida vocacional (tinha eu 17 anos, na altura);
* a decisão de ir estudar para Setúbal e tirar GRH (era suposto ir para Lisboa estudar Comunicação);
* o meu namoro com o Jorge e ter sido ele o primeiro namorado que assumi perante os meus pais;
* a decisão de dedicar tardes, noites, dias a uma causa social que ainda hoje me enche o coração;
* a decisão constante de permanecer por 12 anos numa mesma empresa (demasiado tempo sem dúvida);
* a decisão de nunca mais querer voltar a fazer o que fiz durante esses 12 anos;
* a decisão de vir conhecer a Irlanda, o que levou à decisão de querer vir viver para aqui...

Tantas, tantas pequenas decisões que nos tornam quem somos.
E não param, continuamos para sempre a toma-las, a decidir o nosso caminho, o nosso presente e a definir o futuro.
Sempre tive muito presente estes e tantos outros momentos e em cada um deles tenho a certeza que fui eu que decidi o que fiz.
Claro que existem imensas outras situações na vida em que sentimos que não decidimos nada, que somos fruto de uma série de acontecimentos... mas é bom perceber que mesmo assim decidimos sempre o que fazer a partir desse ponto.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Existem dias em que olhamos para a nossa vida e não está nada como nós queremos.

E depois no meio do nada, sabemos de alguém querido com uma dor imensa, com uma perda profunda e quer queiramos ou não, voltamos a olhar para a nossa vida e descobrimos que é perfeita.
Que temos tudo o que um ser humano pode querer ter na vida.

É sem dúvida triste que tantas vezes sejam as desgraças alheias que nos fazem dar valor ao que temos.
Mas ainda assim, funcionam como despertares.


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Halloween

Adoramos o dia de ontem.

Eu estava com algum receio. Os últimos anos, foi sempre tudo muito simples, fácil e divertido para as miúdas, porque iam pedir os doces com as amigas. Era uma loucura percorrer o bairro onde estávamos a morar. Porque por norma éramos 3 ou 4 adultos, com pelo menos 9 crianças!!!!

A urbanização onde estamos agora é pequena, não conhecemos ninguém! Percebi que muitas casas nem iam dar doces.
Entretanto vi o anúncio de uma festa de rua na vila. Desafiei as miúdas.
Elas reclamaram, porque assim perdiam os ditos doces.
Negociei.

E mesmo com medo que fosse um fiasco, lá fui com elas para a dita festa.

Na porta de casa, que tinha alguns enfeites, deixei uma caixa com doces e lá fomos nós.

Era um concerto de uma banda, que cantava um pouco de tudo, Bob Dylan, ABBA, Guns n Roses, Bruno Mars, como tal deu para todas nos divertirmos!
No fim houve um espectáculo de fogo de artifício, como nunca tinha visto em terras irlandesas. Aproveitando que o jardim fica por detrás do castelo, os foguetes eram lançados dentro do castelo e aproveitaram para fazer fogo preso em torno de toda a muralha e na torre.

Elas adoraram e eu também.
A juntar a tudo isto quando chegamos a casa os vizinhos tinham feito sacos com doces para as miúdas, o que fez com que elas sentissem que ganharam tudo, a festa e os doces.

Esta festa por aqui é vivida com grande entusiasmo, o que contrasta com tantos amigos que tenho em Portugal e que se manifestam absolutamente contra esta celebração.

Lembro-me ainda em Portugal, das miúdas irem mascaradas para a escola no dia de Halloween.

Percebo que entristeça muitos, que esta tradição se venha sobrepor ao Pão por Deus. Mas a verdade é que o Pão por Deus nas grandes cidades nunca vingou. Talvez por passarmos a morar todos em prédios, talvez porque deixámos de dar valor a fazer-se biscoitos tradicionais, certamente por inúmeras razões. Mas a verdade é que as crianças adoram doces e adoram fantasiar-se e o Halloween é a combinação destas 2 coisas.

Quanto à parte religiosa o dia de todos os Santos é feriado em Portugal e não necessariamente em todos os países católicos (aqui não é, tal como o Halloween também não), como tal não me parece muito correcto que se assuma que os católicos não "podem" , ou não "devem" comemorar o Halloween. Eu diria que é só uma festa e pouco mais que isso... e se há coisa que eu gosto é de festas.












terça-feira, 31 de outubro de 2017

Hoje, último dia de Outubro.
Dia de Halloween.

Espero ainda esta semana entrarmos em contagem decrescente.
Os dias passam e para mim parece, que passam demasiado devagar.

No entanto vamos somando pontos.

Neste momento ainda sem casa, já somos proprietários de um fogão, um forno, um micro ondas, um frigorífico, uma máquina de lavar loiça, uma máquina de lavar roupa e uma máquina de secar roupa, tudo encomendado e espalhado ainda por diversos pontos do globo, mas de acordo com o Sr. vendedor a caminho do armazém da loja que vai guardar tudo, para meter dentro da "casa".

São pequenos passos, mas tudo somado faz chegar o dia.





terça-feira, 10 de outubro de 2017

no more whining...



segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Odeio esperar.
Odeio a espera.

A espera implica não acção.
Enquanto esperamos não podemos fazer nada.

Esta espera, em particular está me a consumir.

Fingir que tenho uma vida normal e organizada, quando estou em modo "pause", esfrangalha-me os nervos.
Olhar cada dia para as caixas dá conta de mim.
Limpar esta casa cheia de coisas "escondidas", mas à mostra desespera-me.

No entanto tento olhar para tudo como uma oportunidade, mais ou menos como ir de férias.
Viver com menos.
Ter menos obrigações.
Passar muito mais tempo com as miúdas.

Enfim...

Este projecto trouxe-nos aqui.
Que 2017 nos possibilite realmente concretizá-lo...

Está quase eu sei, mas este quase está a ser uma longa recta.





quarta-feira, 4 de outubro de 2017

9 anos

São 9 anos.

A noticia que são gémeos é sempre grande demais.
Não se está à espera, imaginamos logo as inúmeras dificuldades logísticas e com o tempo descobrimos que temos mesmo que nos superar.

Hoje 9 anos depois tudo é infinitamente mais simples.
Hoje imensas vezes já não me lembro que tenho 2 filhas gémeas. Penso somente que tenho 3 filhas.

É assim que a Mariana e a Madalena chegam aos 9 anos.
A provar tudo o que cada médico, daqueles 10 primeiros dias, nos disseram. Elas são umas lutadoras, umas sobreviventes, capazes de superar tudo.

É impossível olhar hoje para estas 2 meninas e não nos sentirmos maravilhados pelo seu caminho, pelas suas capacidades, pelos seus corações.

Ontem fizeram festa.
Tinham comprado roupa nova para vestir no dia, mas achavam que iam estrear a roupa só no dia da festa com as amigas, pois não tinham ideia que é possível estrear roupa nova em dia de escola (4 anos a usar farda apaga muitas memórias)! E só isso por si, já foi uma enorme prenda.

Depois escolheram toda a ementa do jantar.
O desenho e os sabores do bolo.
As entradas (que de tamanho exagero, davam um prato principal)... e tudo o resto.

Este ano têm um aniversário diferente.
Quase todas as prendas são "promessas". Promessas  para um quarto novo. Kawaii style dizem elas.







terça-feira, 19 de setembro de 2017

Setembro chegou e como planeado vem carregado de mudanças.
Foi sem dúvida um grande desafio ir de férias e estar a viver numa casa, chegar de férias e ter de viver noutra!

Para mim que não aprecio mudanças rápidas, isto está a ser um dos maiores testes à minha capacidade de adaptação.

As miúdas já começaram a escola.
E tudo tem sido uma novidade.

Tentamos nos motivar e não queixar, mas é mesmo muita mudança. Logo que a casa esteja pronta, tudo se orienta de uma forma mais fácil, para já moramos numa localidade e elas vão à escola noutra! Apanhamos autocarros, esperamos e conciliamos horários e tentamos não desesperar com o frio que já se sente.

O mais difícil em tudo isto é que para as próximas semanas, as rotinas não existem, como tal é difícil, sentir que é possível integrarmo-nos numa nova comunidade.

Mas as minhas miúdas têm me surpreendido.
Em cada dia tentam conquistar mais alguma coisa.
Falam imenso dos amigos que deixaram, das saudades, das brincadeiras, dos professores até, mas mostram-se confiantes para o futuro.
E isto dá-me a mim alento.

O grande motivo de nos mudarmos para esta área foi a casa e certamente quando a tivermos tudo ficará mais fácil, mas até lá vamos tentando nos equilibrar.


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

E se falei das férias tenho que falar também do meu aniversário.

Fiz 40 anos.
E nem queiram saber o que eu demorei para apagar as velas tal é o peso que sinto em cima.

A verdade é que quando me confronto com o número 40 só penso que é um número muito grande. Mas depois olho para mim e não o sinto.
É mais ou menos como se fosse possível sentir a responsabilidade de ter que carregar um peso, mas não andar com ele em cima!
Sei lá, é difícil de explicar...

Para mim a prenda deste ano foi mesmo a viagem que acabou na véspera do meu aniversario.
Mas tive direito a uma festa bem divertida com a minha mana, o meu cunhado, as miúdas e o Jorge, claro.
A minha mana montou uma verdadeira festa aqui em casa, com um bolo de anos magnifico e balões e tudo!

Há tarde ainda conseguimos dar um pulinho ao Castelo de Malahide (agora aqui mesmo pertinho) e assistimos ao filme Dirty Dancing (a primeira vez para as miúdas).

Cheguei aos 40... e agora...!?







quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Férias

Este blogue, não seria de verdade meu se não falasse das minhas férias deste ano.

Foi a conjugação de uma série de acontecimentos que fez com que em Fevereiro eu decidisse que afinal, não só ia ter férias, como ia ter direito a um mês inteiro em terras de Itália.

Foram 28 dias a gozar de muito calor (em alguns dias de demasiado), da companhia dos meus sobrinhos e de viagens magnificas.

Estas férias foram principalmente a oportunidade perfeita para construir boas memórias, quer nas minhas filhas, quer nos meus sobrinhos. Tive a oportunidade de estar com os 5 juntinhos! E se tivesse sido possível a Matilde ter ido logo comigo, aí sim tinha sido perfeito.

Os miúdos cada vez crescem mais rápido (é essa a sensação com que ficamos) e foi muito bom ter tido este privilégio.
Ainda por cima, vivemos todos separados, o esforço para estarmos presentes nas vidas uns dos outros tem de ser sempre maior.
E este Verão acabou por nos saber bem a todos.

A juntar a esta maravilha estávamos em Bolonha, o que nos possibilitou conhecer muitas terras à volta.
Antes do Jorge chegar a Itália com a Matilde, fui conhecer Pisa. Pouco tem para ver além da torre, mas é isso que torna a cidade atrativa.
Depois do Jorge chegar fomos a Florença, a Parma (a única que não valia a pena termos ido) e a Pádua. Ainda fomos só os 2 a Veneza (para mim uma pérola).

Depois do Jorge ir embora ainda fui a Modena e a Verona.

Sem dúvida que Florença e Veneza são lindas e ganham na sua arquitectura a todas as outras cidades. São também as cidades com mais turistas e onde é quase impossível tirar uma fotografia, sem a companhia de mais alguém.
Veneza foi para mim a maior surpresa, pensava que a sua beleza era mais concentrada nos canais e no facto da cidade estar construída sobre eles. Mas esta cidade tem muito mais para mostrar. É de facto linda e majestosa, o que justifica os milhentos turistas!

Pádua é uma cidade bonita, mas com grande relevância nas Catedrais. No entanto, continuo a achar que o Santo António é de Lisboa e mais nada!

Verona e Modena são cidades mais pequenas mas muito ricas em arquitectura também. Sendo que é difícil não se sair apaixonado de Verona.

Foram muitas as viagens.
Foram muitas as experiências.
Temos milhentas fotos para lembrar esta viagem para sempre, e trouxemos imensas recordações para decorar a casa nova.

Fico com vontade de voltar, Itália é de facto um país lindo.

(Cada uma das cidades visitadas dava um post, mas a ideia nestas férias era estar com a família, não fazer um relato das nossas aventuras, que acreditem foram muitas...)


















domingo, 6 de agosto de 2017

Ainda a propósito do quanto mudamos na vida e do quanto as nossas condicionantes contribuem para mudarmos, li este pedaço de texto, que me pareceu tão correcto.

"Quando, por opção mais ou menos forçada, somos privados do nosso contexto, da nossa realidade, da nossa identidade e das nossas origens, tornamo-nos pessoas irrevogavelmente diferentes, enriquecidas pelas potencialidades do novo, em que outras “gentes e ares” trazem mais conhecimentos sobre as dinâmicas psicossociais onde nos tentamos inserir e, simultaneamente, empobrecidas pelo afastar do nosso porto-seguro."

Num momento de nova mudança na minha vida e com todas as incertezas que isso levantam, existe no entanto uma certeza, gosto da pessoa que me tornei no caminho. Muito ainda para aperfeiçoar (claro), mas sempre em processo de melhoria (pelo menos para mim).

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Conselhos

"Se apenas vos pudesse dar um conselho para o futuro, diria: usem protector solar. As suas vantagens a longo prazo já foram provadas cientificamente, ao passo que o resto dos meus conselhos não têm outra base mais segura do que a minha atribulada experiência.
Agora, vou dar-vos os meus conselhos para o futuro.
Gozem a força e a beleza da vossa juventude. Mas deixem lá, que só compreenderão a força e a beleza da vossa juventude quando a tiverem perdido.
Daqui a 20 anos hão-de olhar para os vossos retratos e ver que registaram coisas que vocês agora não conseguem entender: as possibilidades que se vos abriam e o aspecto fabuloso que tinham! É que vocês não são tão gordos como imaginam.
Deixem de se preocupar com o futuro, ou então preocupem-se mas saibam que isso vale tanto a pena como tentar resolver uma equação de álgebra a mascar pastilha elástica.
Os verdadeiros problemas da vossa vida serão coisas que nem sequer passaram pelas vossas cabeças preocupadas. Do tipo daquelas que surgem às 4 da tarde numa terça-feira qualquer.
Façam todos os dias uma coisa daquelas que mete medo.
Cantem.
Não se tornem levianos com o coração dos outros nem aceitem que o sejam com o vosso.
Usem o fio dental.
Não sejam invejosos: às vezes vamos à frente, outras vamos atrás. A corrida é longa, mas a verdade é que é uma corrida contra vós próprios. Lembrem-se dos elogios que vos fizeram, esqueçam os insultos. (Se conseguirem, digam-me como é que fizeram.)
Guardem as vossas velhas cartas de amor, queimem antes os extractos do banco.
Façam “stretch”.
Não tenham remorsos se não souberem o que querem fazer da vida. As pessoas mais extraordinárias que conheci, não sabiam, aos 22 anos, o que queriam fazer dela. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço, ainda não sabem...
Tomem bastante cálcio.
Cuidem dos vossos joelhos Que vos vão fazer muita falta.
Talvez se casem, talvez não. Talvez tenham filhos, talvez não. Talvez se divorciem aos 40 anos, talvez dancem sem parar no vosso 75º aniversário de casamento.
Façam o que fizerem, não se entusiasmem demais, nem se censurem.
As vossas escolhas são meio caminho andado, tal como acontece com toda a gente.
Gozem o vosso corpo, usem-no de toda a maneira que puderem! Não tenham medo dele, nem do que os outros pensam dele: o vosso corpo é o instrumento mais fantástico que jamais terão!
Dancem, ainda que não tenham onde dançar, a não ser na vossa sala de estar!
Leiam todas as instruções, mesmo que não as sigam.
Não leiam revistas de beleza, porque se sentirão mais feios!
Dêem-se ao trabalho de conhecer os vossos pais, nunca se sabe quando vos deixarão para sempre!
Sejam simpáticos com os vosso irmãos, eles são a melhor ligação que têm com o passado e os que, mais provavelmente, se manterão ao vosso lado no futuro.
Compreendam que os amigos vêm e vão.
Aguentem-se com os poucos e os melhores que têm.
Trabalhem muito para preencher as lacunas em geografia e no estilo de vida.
À medida que forem envelhecendo, mais vão precisar das pessoas que conheciam quando eram novos.
Vivam uma vez na cidade de Nova Iorque, mas partam antes que ela vos torne duros!
Vivam uma vez na Carolina do Norte, mas partam antes que ela vos torne moles demais.
Viajem.
Aceitem certas verdades inalienáveis.
Haveis de passar por crises, os políticos não deixarão de vos endrominar, vocês também vão envelhecer. Quando isso acontecer, vocês também vão dizer que quando eram novos os preços eram razoáveis, que os políticos eram mais sérios e que as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeitem os que são mais velhos que vocês.
Não fiquem à espera que alguém vos sustente. Talvez venham a ter bens ou casem com alguém rico, mas nunca se sabe se tudo isso desaparecerá...
Não se preocupem demais com o cabelo, senão, quando tiverem 40 anos, ficarão com o ar de quem tem 85.
Tenham cuidado com os conselhos que ouvem, mas sejam pacientes com aqueles que os dão. Os conselhos são uma espécie de nostalgia. Dá-los é uma maneira de trazer o passado, de o limpar, de o pintar por cima dos pedaços feios e de o reciclar por mais do que vale.
Mas não deixem de acreditar em mim quanto à protecção solar."
Baz Luhrmann, Everybody’s free (to wear sunscreen)

(retirado do blogue http://agatachristie.blogs.sapo.pt/)

quinta-feira, 13 de julho de 2017

férias....

Já estamos em Julho (quase a meio de Julho) e como tal a escola já acabou.

Por aqui já se montam as mochilas para o próximo ano escolar. E que ano vai ser, tudo novidade. 
As miúdas mudam de escola. A Matilde, não só muda de escola como passa para o ensino secundário. 
O início do ano escolar prevê-se um pouco atribulado, não só pela mudança de escola, mas porque vamos estar a morar numa casa temporária, que fica um pouco afastada das escolas. 

Temos que sair desta casa até ao final deste mês. Por isso andamos a limpar, embalar, reciclar e destralhar mais uma vez!
Eu e as gémeas também já estamos a fazer a nossa mala para as férias, pois ainda antes do final do mês rumamos para terras mais quentes.
Tenho ainda que deixar as malas da Matilde prontas. Uma para o acampamento com os escuteiros, outra para quando for ter comigo.
Tenho ainda o sonho de deixar a mala do Jorge para férias, também pronta!

Fora da lista das tarefas, fica a casa para onde vamos morar. Tenho esperança que não me dê muito trabalho. Mas só vou descobrir no final de Agosto quando regressar das férias.

Já conto os dias para as férias, até porque sei que vão ser bem animadas.
Uma aventura juntar tanta gente numa casa, onde vai existir sempre gente a chegar e a partir!
Coitada da minha cunhada a quem desta vez cabe a missão de ser motorista de todos nós.

Eu já avisei os meus sobrinhos, quando eu estiver quase a explodir, por ter 7 ou 6 crianças à minha volta, só têm que me lembrar que na Irlanda naquele momento está provavelmente a chover!



quarta-feira, 28 de junho de 2017

Conheço o sentimento. Sei o que é.
Desta vez é um pouco diferente.
Muito mudou, muito mudei.

A juntar a tudo isto, coexiste em mim a incerteza.
Não vamos simplesmente sair daqui para a casa nova. Ainda não. Existe ainda um meio tempo, sobre o qual não está nada definido.
Tento viver o dia-a-dia, sem pensar muito nesse tempo.

Concentro a minha energia, para preparar o recomeço do ano escolar e as férias, que ainda vamos ter.

A realidade é que temos que sair desta casa no final do mês de Julho.
O plano era sairmos mais para a frente. Mas a provar que o mercado imobiliário é louco na Irlanda, os planos tiveram que mudar. Os nossos senhorios vão regressar a Dublin e querem a sua casa de volta.

A nossa estará pronta mais para o Outono (assim esperamos), até lá temos que encontrar novo poiso.

E o sentimento que me acompanha é o da despedida.
Despeço-me deste sitio que me acolheu a mim e à minha família e que nos fez sentir integrados, ajustados.
Deixo eu amigas, deixa a Matilde, deixam as gémeas, muitas em comum, nas mesmas famílias.

Deixar amigos é acrescentar algo em nós. Como se passássemos a ser maiores. Acumulamos mais em nós para partilhar com os outros.

Mas ao mesmo tempo que sentimos que crescemos, sentimos a pena e a saudade de os deixar.
Como digo, não é um sentimento novo. Sei bem o que é viver com este sentimento, de peito insuflado.

Por isso, tudo tem um sabor doce e ao mesmo tempo amargo. Em tudo se saboreia o dom da partilha e da amizade e em tudo reconhecemos o sentimento da despedida.

Este ano quando for de férias, vou pronta para mais uma vez recomeçar.

Os planos são imensos e os desejos todos bons.
Até lá tenho muitos abraços para partilhar.


quarta-feira, 14 de junho de 2017

o que mudamos

A prova que a vida nos muda, ou que mudamos com a vida é que, se à um ano atrás me contassem que isto ia acontecer, nunca iria aceitar!

Teria a certeza que seria diferente.
Primeiro duvidava na possibilidade da data.
Depois negaria a possibilidade de não estar presente.

O tanto que mudei num ano.
Neste caso, para mim é mais grave foram só alguns meses e sei precisa-los, foi em Dezembro que jurei que eu ia desistir!
E depois Janeiro e Fevereiro foram o culminar daquilo que eu já tinha decidido.

Quem me conhece bem, sabe que sou uma indecisa de primeira. Em relações pessoais então, ainda mais. Tenho sempre esperança (e sei que ainda a tenho).

Mas em Dezembro lembrei-me vezes sem conta da minha amiga Sónia, quando na altura eu com 17 anos, me ensinou a abandonar amizades que nos fazem mal. Que me ensinou que a amizade é como o amor, tem de ter sempre 2 vias.

Não há zanga, nem rancor, somente muita tristeza...

E sim eu mudei.
E que bom que é deixar nos mudar pela vida.




segunda-feira, 12 de junho de 2017

música

A participação da Matilde no National Children's Choir (http://www.nationalchildrenschoir.org/index.html)
foi até hoje das experiências que mais gostei, no que envolve a educação das minhas filhas.

As escolas, têm como opcção de programa lectivo, para a disciplina de música, nos 5º e 6º anos a participação no National Children's Choir. 

Tomei conhecimento desta iniciativa no ano em que a Tânia viveu aqui pertinho de mim. A sua filhota fez parte do Coro e eu na altura tive oportunidade de ir ver. Adorei.
Dois anos depois ainda adorei mais, porque era a Matilde que estava a participar.

O evento envolve escolas de toda a cidade. E na noite do espectáculo que é no National Basketball Arena em Tallaght, juntam-se várias escolas concentrando em cada evento mais de 1000 crianças.

Estes concertos acontecem por todo o país.
Nessa noite, eu e o Jorge fomos ver e adorámos.

Nessa altura fiquei a saber, que após esse evento cada escola, escolhe algumas crianças para cantarem o mesmo concerto, mas no National Concert Hall.
Confesso que nunca pensei que a Matilde fosse escolhida.
Mas a verdade é que foi.
E então eu e o Jorge tivemos oportunidade de assistir a este espectáculo.

A selecção é feita de todas as crianças da Irlanda que participam no National Children's Choir, ou seja, deixa de ser só com crianças de Dublin. Os concertos passam a ter cerca de 300 crianças a cantar, acompanhadas pela orquestra e dirigidos por um maestro.

A acústica da sala é maravilhosa e se o primeiro espectáculo é lindo, o segundo é ainda melhor.
As vozes estão muito mais afinadas, as melodias soam ainda melhor.
Nesta sala não nos é possível filmar, ou gravar nada, havemos de receber um CD com todo o espectáculo.

Adorei esta experiência, que a mim me enriqueceu tanto e que sei que à Matilde ainda mais.

Não consegui no entanto, deixar de imaginar o que seria uma iniciativa deste género em Portugal, a organização que implica e a coragem do próprio Ministério da Educação para que um evento destes faça parte do programa lectivo das escolas.
Quem ensaia as crianças o ano inteiro são os próprios professores, que muitas vezes nas suas limitações musicais, acabam por investir tempo ou dinheiro próprio, para melhorarem a sua formação musical e puderem de uma forma mais profissional orientar as crianças.





Todas estas gravações são do primeiro concerto.




quinta-feira, 8 de junho de 2017

é esta a única resposta

Os últimos tempos têm sido marcados por constantes ataques terroristas.
Infelizmente começam a ser tantos, que já existe alguma naturalidade sobre os mesmos.


Não existem formas para combater este tipo de terrorismo.
As medidas que se implementam transmitem um maior sentimento de segurança, mas na prática nunca suficientes.

Mas sem dúvida que após o ataque em Manchester, fazer um concerto como o que Ariana Grande fez é uma forma de mostrar que o terror não toma conta das pessoas.

Não sou fã da música de Ariana, mas admiro a iniciativa feita. Foram vários os artistas que compareceram e a multidão que os acolheu era imensa.

Será esta uma das formas de tentarmos todos em sociedade viver para além do terror que cada ataque nos causa.

Este concerto foi uma coisa boa e que falta nos faz coisas boas.





"People killin', people dyin'
Children hurt and you hear them cryin'
Can you practice what you preach?
Or would you turn the other cheek?
Father, Father, Father help us
Send some guidance from above
'Cause people got me, got me questionin'
Where is the love (Love)
Where is the love (The love) [2x]
Where is the love, the love, the love
It just ain't the same, old ways have changed
New days are strange, is the world insane?
If love and peace are so strong
Why are there pieces of love that don't belong?
Nations droppin' bombs
Chemical gasses fillin' lungs of little ones
With ongoin' sufferin' as the youth die young
So ask yourself is the lovin' really gone
So I could ask myself really what is goin' wrong
In this world that we livin' in people keep on givin' in
Makin' wrong decisions, only visions of them dividends
Not respectin' each other, deny thy brother
A war is goin' on but the reason's undercover
The truth is kept secret, it's swept under the rug
If you never know truth then you never know love
Where's the love, y'all, come on (I don't know)
Where's the truth, y'all, come on (I don't know)
Where's the love, y'all"

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Com ajuda tudo é mais fácil

Foi por altura dos anos da Matilde que a ideia surgiu.
O meu cunhado recebeu uma proposta para vir trabalhar para Dublin.

A ideia de os ter aqui pertinho de mim, fazia-me sorrir e ficava até nervosa por imaginar que ao sonhar com essa possibilidade a mesma pudesse não vir a acontecer.

Mas passado uma semana (ou seja no Crisma) tudo estava alinhado para que no principio de Maio eles viessem de facto, para perto de nós.

E de facto ter gente nossa a morar perto de nós torna a vida mais fácil.

Organizar a primeira comunhão foi mais fácil graças a eles.
Delinear os próximos meses está a ser menos penoso, por saber que os tenho perto.
Imaginar que pode acontecer alguma urgência e que tenho alguém de confiança para deixar as minhas meninas, tira-me um peso medonho de cima.

Que bom que é termos mais uma vez família assim pertinho.


sexta-feira, 2 de junho de 2017

Ensino

ao ler isto:
http://coconafralda.sapo.pt/ainda-a-escola-de-hoje-2202810

lembrei-me que o sistema de ensino foi um dos principais motivos que me levou a querer sair de Portugal!

4 anos escolares depois e não me arrependo.

Lembro-me quando a Matilde aqui chegou, ficou super feliz, porque tudo o que estava a dar a Matemática, já tinha dado em Portugal e isso dava-lhe mais tempo para se dedicar ao Inglês.

Pensar em fracções no segundo ano, quando as minhas gémeas ainda têm dificuldade em ver as horas, faz-me ter a certeza que tomei a decisão certa.

Já tentei inúmeras vezes falar sobre isto com imensas pessoas que discordam completamente de mim.
Eu como aluna sempre achei o nosso sistema de ensino demasiado repetitivo, ao ponto de ter estudado para testes do décimo ano com livros do sexto!
Além de que depois o choque no ensino superior é muito grande, porque já ninguém te repete nada!

Não concordo com todas as práticas de ensino que se praticam aqui, mas sinto que por aqui as crianças têm mais tempo para serem crianças. Sem terem que aprender uma segunda língua ou a fazer fracções com 7 anos!

Estamos todos muito longe do modelo da Finlândia (e certamente não é possível aplica-lo em todo o lado) mas uns estão mais longe que outros.






quinta-feira, 1 de junho de 2017

ser português

Portugal pode continuar a ganhar competições e a sair em todos os guias turísticos, como o melhor sitio para se gozar férias, que vai ser sempre difícil para um estrangeiro saber o que diferencia Portugal de Espanha.

Esta manhã, estive sozinha no ginásio com um dos treinadores, não havia aulas programadas para esta manhã e tirando alguns clientes o movimento foi quase nulo, nas horas que lá estive.

O meu colega escolheu a música e tentou ao máximo escolher música portuguesa (achava ele).

Entre o "despacito", "bailando" e mais umas quantas do Enrique Iglesias, mais algumas da Jennifer Lopez e ainda umas pérolas de um grupo chamado CNCO, tocou ainda a música oficial do Euro 2016... às tantas e provavelmente porque não obtinha nenhuma reacção da minha parte, perguntou: "Estás a gostar!?".

Coitado do rapaz quando lhe expliquei que nada daquilo era de origem portuguesa. Que ainda que eu perceba, não é a minha língua e que algumas, nem nunca tinha ouvido!




quarta-feira, 31 de maio de 2017

A comunhão das gémeas

Estava tudo planeado para que fosse um dia memorável para elas.
E agora que acabou (já lá vão quase 2 semanas) pudemos dizer que sim o dia foi delas e correu tudo bem.

Uns dias antes começamos a perceber que elas estavam nervosas, um nervoso bom, um nervoso de 8 anos, que nos faz sorrir com elas.
De manhã acordaram e a Madalena disse que sentia a barriga esquisita, a Mariana concordou e perguntou se era assim que sabíamos que estávamos nervosos!?

Caminhamos as 3 para a cabeleireira que as despachou em pouco mais de 30 minutos.
Chegamos a casa mais cedo que o planeado.
O que fez com que fossemos dos primeiros a chegar à Igreja.

Elas estavam super felizes.
Sabiam as partes todas que lhes pertenciam.
Cada uma teve a sorte de ter como testemunha do seu sacramento um dos padrinhos.
E que preocupadas que elas tiveram com esta escolha, porque iam deixar os pais de fora e achavam que se calhar isso não era justo para nós.

Estas meninas que imensas vezes me obrigam a ir buscar energia onde eu não sabia que tinha, são meninas sempre preocupadas com os outros. Que amam de coração quem lhes quer bem, que gostam de retribuir as ofertas que recebem.

Ver os nossos filhos crescer faz-nos em muitos momentos, perceber que eles são sempre maiores que os nossos desejos ou que os nossos sonhos.

O dia continuou em festa.
Éramos muitos, conseguimos ainda ser mais.
A noite ainda nos surpreendeu com uma cama que "inchou", ou seja um dos colchões abandonou o serviço nessa noite.

Valeu a pena o meu desespero, a minha ansiedade.
Elas tiveram uma valente festa, com muitas mensagens, prendas e carinho, o que fará com que se lembrem deste dia por muitos anos.

A mim cabe-me agradecer a tantos que me ajudaram neste dia, porque somos sempre melhores quando juntos a gente que gosta de fazer bem.