sábado, 30 de novembro de 2013

1º fim de semana de Dezembro

Foi num 1º fim de semana de Dezembro, do ano de 2000, que eu e o Jorge, juntamente na altura com o Projecto Esperança iniciamos a responsabilidade de em grupo assumir campanhas do Banco Alimentar na Baixa da Banheira.
O Banco Alimentar na altura já estava em Palmela e apesar de antes termos colaborados em campanhas para o BA de Lisboa, não tínhamos ainda assumido responsabilidade.
Cada ano desde essa data 2 campanhas.
Foi mudando muita coisa, até porque a nossa família mudou.
Fomos nos afastando e desde o nascimento das gémeas, nem eu, nem o Jorge assumimos mais responsabilidades. Passei a ser somente uma voluntária e desde à uns anos levava já a Matilde comigo.

Mas o 1º fim de semana de Dezembro foi sempre cheio.
Porque temos muitos daqueles que começaram e que se integraram neste projecto connosco a fazer campanha. A passar um fim de semana inteiro à porta de um supermercado. Porque passámos a ter uma "efectiva" no BA e tudo!
Porque tínhamos de ir fazer compras neste fim de semana a muitos sítios, porque à noite tínhamos de ir ao armazém ver a madrinha.
Enfim...
O 1º fim de semana de Dezembro é daquelas datas que ficam, porque tinham uma agenda.

Sinto hoje um pouco de mim aí nesse lado...


São fotos de 2003, as mais antigas que tenho em formato digital.



E agora uma em que já te encontras ;)

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Alegrias

Tivemos esta semana a 1ª reunião de avaliação na escola das miúdas e não podíamos vir mais satisfeitos.
Para além do feedback ter sido extraordinariamente positivo a atitude e as explicações das professoras mostram que de facto a pedagogia aqui é centrada na criança, que o professor de facto se preocupa com cada aluno.
As reuniões são curtas e objectivas, não se perde tempo com deambulações e assim os resultados são facilmente perceptíveis. Nenhuma das professoras se queixou de qualquer condicionante, nem colocou nem na criança, nem nos factores envolventes responsabilidades para os resultados menos positivos.
Gostei imenso.
Vinha de facto satisfeita.

Além disso as miúdas de facto estão a envolver-se e a iniciar um caminho comum com os colegas, quer a nível de aprendizagem, quer no convívio.
As gémeas ainda com as suas muitas limitações mostram na mesma a grande capacidade analítica que têm.
E a Matilde começa a participar nas aulas e a perder a inibição de não dominar uma língua que de facto não é a sua.

Um sistema de ensino muito, muito diferente daquele com que eu desesperei durante os últimos dois anos.





quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O que eu vou descobrindo

Descubro que aqui o normal é as crianças jantarem por volta das 17.00h. E que quando estão nos infantários ou ATL's, (e aqui atenção que a grande maioria dos mesmos, para não dizer todos, fecha ás 18.00h) é lhes servido lá o jantar!!!

Descubro que se faz o Crisma aos 12 anos.

Descubro (e isto estou a testemunhar com as minhas filhas mais novas) que as crianças aos 5 anos sabem ler!!!

As crianças deitam-se por norma ás 20,00h e os adultos cerca de 2 horas mais tarde... Para os meus vizinhos eu devo ser uma família vinda do espaço.

E através das fotos que me mostraram das primeiras comunhões do ano passado, descobri também que a minha filha este ano vai ser a menina vestida de forma mais simples da celebração.

Todos os dias descubro inúmeras coisas novas, algumas fazem-me de facto alguma confusão, noutras vai ser absolutamente natural tornar-me irlandesa... ora como no caso de vestir as crianças com vestidos lindos cheios de tule por ocasião dos aniversários... aliás já os vi e até já sei onde os encontrar lindos e em conta. Assim como partilho com os irlandeses a facilidade de caminhar para todo o lado.

Esta semana servi um chá aqui em casa e descobri que para eles é uma maravilha a nossa caixa de chá... adoraram poder escolher e colocar o saquinho na sua própria chávena.
Adoram e valorizam tudo o que é feito por nós.
E cada cozinhado que fazemos é um mistério delicioso e quando revelamos os "segredos" mais simples ficam maravilhadas. De facto saber misturar sabores na cozinha é algo maravilhoso que o sul da Europa sabe fazer como ninguém.

São inúmeras as descobertas e as adaptações... no dia-a-dia o que mais custa é de facto a língua. Quase que parece que nunca conseguimos ser tão autênticos como na nossa língua.




segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Saudade

"O vazio provocado pela ausência do que traz boas recordações. Sobretudo pessoas que partiram sem regresso, longe mas tão perto, algures perdidas por aí."

"Acaba por ser bom sentir saudades. Sinal de que existem boas recordações, graciosidade de momentos encarados nas voltas da montanha russa, de braços bem no ar, festejados em todos os segundos de felicidade. No regresso, no reencontro, nada melhor do que ouvir, e sentir, o "tive saudades tuas". O vazio da saudade não tem substituição. Pode ser ocupado, preenchido, sem nunca ser substituído por outro qualquer momento, pessoa ou sentimento semelhante. Existe uma saudade. Aquela saudade. A que sai do peito e invade todo o corpo. Que deixa um nó na garganta, uma vontade impotente a crescer."

"É um querer voltar sem remédio."


Foi retirado do link acima e apesar da saudade que me invade, é verdade só a sinto porque vivi muitas experiências felizes até aqui que me fazem sentir muitas, muitas saudades.

Obrigado a todos quantos me "obrigam" a carregar este vazio constante comigo.


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Madalena a caminho de casa

Eu - Hoje vamos jantar à Rita.
Madalena - Qual Rita?
Olhei para ela, abri os olhos e disse: "então filha, qual Rita?"

Resposta imediata: "Mariana, temos de despachar que vamos apanhar o avião para Portugal!!!"...

Conclusão, temos que arranjar nomes diferentes para o pessoal :)


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

... Natal ...

todos os dias alguém me pergunta se vamos a Portugal no Natal?
Como tal todos os dias tenho de responder a alguém que não.
Das grandes diferenças é que quando é alguém de Portugal, tenho que dizer que não e depois tenho que responder a uma dezena de perguntas para justificar o Não. Quando é alguém irlandês, a pessoa sorri de volta e diz que vamos adorar o Natal por cá porque é magnifico...

De facto andando nas lojas percebemos que o Natal aqui é uma loucura... percebo ainda melhor quando na escola uma mãe me mostra a árvore de Natal que montou na 2ª-feira...

Enfim... coisas assim...




Too much...

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Coisas que eu não percebo na Irlanda # 2 #

Quase todas as casas térreas têm quintal, sendo que o quintal é quase sempre ou maior, ou da mesma área que a casa e ninguém tem telheiros no quintal. Chove dia sim, dia não, mas ter telheiros para eles não faz sentido!!!
Acrescento ainda que nunca vi uma marquise, mesmo nos apartamentos que são minúsculos e têm varandas enormes!!! E quem vive nos apartamentos não pode estender roupa para a rua...


as miúdas

As miúdas ainda estão em fase de adaptação e apesar de tudo parecer natural e já termos rotinas normais de cada dia, a verdade é que as mudanças foram muitas.
As gémeas têm mostrado alguns comportamentos regressivos, as birrinhas vão e vêm e no meio de tudo cada um de nós (pais) vai tentando equilibrar.
Depois da êxtase dos primeiros dias, eis-nos chegados à fase em que precisamos de realmente fazer valer a nossa decisão.
E todos os dias temos que voltar a dizer que sim gostamos muito de Portugal e sim gostamos muito de todos quantos lá deixámos, mas foi aqui que o pai arranjou um novo emprego, um emprego bom e que no futuro pode e vai de certeza ajudar a nossa família a viver melhor. E depois de toda esta conversa voltam as perguntas, voltam as frases, voltam as juras.
Para as minhas gémeas a Irlanda roubou-lhes os amigos, a escola, a professora e tudo o resto, até lhes roubou o chouriço :(

No longo prazo todos sabemos que se aqui continuarmos serão elas as que menos recordações vão ter de Portugal e como tal também as que menos saudades terão. Mas agora e ao contrário daquilo que pensávamos elas são as que menos vontade têm de ficar...
É com elas que eu cada dia tenho de firmar esta opção de ficar e acreditar num futuro melhor.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

... no meio de tudo ...

A experiência do Halloween fez-me de facto recordar a nossa tradição dos peditórios na altura dos Santos Populares e também agora nos "Todos os Santos".
E é incrível ver as casa todas decoradas, as portas quando se abrem sempre com corredores cheios de imaginação e com mãos carregadas de doces e caras cheias de sorrisos enfim, o Halloween mostra de facto um pouco do povo irlandês.
Aqui na nossa rua, tirando os foguetes e os grupos de meninos a pedir, mais nada se via ou ouvia.
A festa é feita de forma ordeira e super organizada sem confusão ou gritaria.
Os adultos participam quer para acompanhar os miúdos, quer para dar os doces em cada porta e muitos vestem-se a rigor.

No meio desta experiência, dou por um homem adulto a olhar fixamente para as minhas filhas e olhava mesmo muito e eu pensava, mas que raio, qual é o problema. Até que o Sr. percebeu a minha desconfiança e perguntou: "São portuguesas?". Aqui parei olhei para ele, olhei para elas e perguntei dentro de mim, como as miúdas não falaram português!!! Antes que eu falasse e talvez porque a minha questão estava estampada na minha cara, ele disse: "o saco dos doces é da EDP!".
Ri, ri muito. Confirmei que éramos de facto portuguesas, contei brevemente a minha história, ele contou a dele, as miúdas percebendo o que tinha acontecido voltaram aquela porta para agradecer e desta vez em bom português.

Resultado na noite de Halloween descobri 2 ruas acima da minha, um vizinho português.



Halloween

Ontem vivemos a nossa 1ª noite de Halloween na Irlanda.

Casa pronta toda enfeitada, doces comprados, abóbora preparada, fatos prontos para vestir.
Até o jantar eu fiz de acordo com o tema.

Foi de facto uma verdadeira festa.

As manas vestiram-se a rigor, jantaram e por volta das 18.30h já ninguém as aguentava em casa.
Aliás sempre que tocavam à nossa campainha elas perguntavam e nós não vamos?

Nesta noite e talvez devido a ela, o Pai atrasou-se e como tal se eu fosse com elas não distribui os doces.

Então ficou acordado que enquanto esperávamos pelo pai, elas iriam sozinhas bater nas portas perto de nós.
E assim foi.
Fiquei a ver de perto, depois um pouco longe e depois fechei a porta e fui com elas que a rua ainda é comprida.