quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

a soma das partes...

Tudo o que se tem escrito e reescrito sobre Mário Soares nos últimos dias tem me feito pensar muito na forma como avaliamos as pessoas.


Os políticos são no geral mais difíceis de avaliar, ou melhor é nos mais difícil avaliar o bem que possam ter feito em sobreposição com o mal. Porque nos é mais fácil fixar o mal e porque muitas vezes esse mesmo mal nos afecta. 

Queiramos ou não Portugal teve bons políticos (certamente ainda os tem, infelizmente muitos deles passaram a preferir não se fazer notar). Queiramos ou não nomes como Mário Soares, Cavaco Silva, Freitas do Amaral, Álvaro Cunhal e tantos outros, vão ficar na historia, vão constar dos livros, como marcos de mudanças.
Nenhum destes políticos, está isento de acções negativas.
Álvaro Cunhal que a maioria considera um verdadeiro comunista, tem para mim essa característica como maior defeito, o que impossibilitou o partido comunista em Portugal de evoluir como aconteceu na maioria da Europa.
Cavaco Silva podia, para mim, ficar na historia como um excelente politico, se não tivesse sido o presidente da republica que decidiu ser (ou não ser), aqui fico indecisa sobre a sua caracterização.
E o mesmo sobre Mário Soares.
Políticos perfeitos que me lembre não existe em lado ou tempo algum, porque simplesmente não existem pessoas perfeitas.
Lembro-me de ter tido uma conversa há pouco tempo sobre o que é um bom trabalhador. E claro, para caracterizarmos um bom trabalhador enumerados adjectivos, o que nos leva a tornar muitas vezes quase impossível que alguém o seja.
Mas a verdade é que existem bons exemplos. 


Muitas vezes esquecemos que o todo é sempre maior que a soma das partes.

Eu, já fui má trabalhadora, já fui má amiga, má mulher, má filha, má irmã, má mãe (desconfio que nesta ultima ainda vou ser muitas mais vezes má), mas continuo no fim a considerar que sou boa pessoa. Porque quero e gosto de acreditar que não são as acções individuais que nos constituem, mas o resultado de todas elas juntas.

Devíamos deixar de estar constantemente a analisar o mal de cada um e passar a tentar “copiar” o bem que cada um nos inspira, e nos mostra.

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