terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Natal

Nesta altura do ano ouvimos muitas queixas (eu infelizmente não fujo à regra e espero com inicio na data de hoje, deixar de me queixar, tanto, aqui em casa). 

São inúmeras as histórias que se reformulam e circulam sobre a importância do Natal, que a maioria das pessoas já nem celebra da forma certa, que é um consumismo, que nos esquecemos que é o nascimento de Jesus e tudo em volta desta questão.

Esta atitude generalizada de quem muitas vezes se considera num nível superior ou espiritual, ou até mesmo intelectual começa de facto a irritar-me.
Começo a ter vontade de realmente carregar num botão "dislike" sempre que no meu ecrãn aparece algo, altamente moral e igualmente piegas.

Na escola das miúdas (como já referi imensas vezes) existem 32 nacionalidades distintas. Algumas delas (e ainda que seja uma escola católica) são mulçumanas, como tal nesta altura não celebram estas festividades. 
Há dias em conversa com uma das mães perguntava-lhe como era, o que é que ela achava de tudo isto? Achava exagerado? Um festival? 
A resposta foi super simples, estamos a falar de uma familia mulçumana com 4 crianças, que me disse adorar a festa do Natal. Adoram as luzes e os enfeites. Adoram a alegria que facilmente se vê nas ruas. Adoram que se assista de facto a um aumento da generosidade nesta altura e que se reflecte muitas vezes na forma como nos tratamos mutuamente. Adoram tanto que compram uma pequena prenda para dar às crianças, algo muito simbólico, dizia-me ela, mas algo de partilha.

Sim, eu sei, esta família é só uma e talvez muito enraizada já nas tradições irlandesas. Mas gostei tanto de ouvir.
Porque para esta família Jesus de facto não tem importância nenhuma, mas ainda assim nós todos e porque celebramos o seu nascimento, conseguimos mostrar o melhor da celebração do Natal.



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