quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Metade das novas vagas atribuídas a trabalhadores britânicos
Reino Unido: sindicatos propõem fim da greve na refinaria de Lindsey
04.02.2009 - 13h55
Por PÚBLICO
Nigel Roddis/Reuters
As greves na refinaria da Total estenderam-se a outras unidades do país
Os sindicatos recomendaram aos trabalhadores que terminem a greve em curso na refinaria de Lindsey, no Leste de Inglaterra, face à proposta das entidades patronais de entregar aos operários britânicos metade dos postos de trabalho em disputa. Não é ainda claro se este acordo implica uma redução do número de italianos e portugueses contratados para a obra.

A proposta foi apresentada ao início da tarde, horas depois de o plenário dos trabalhadores ter recusado uma oferta inicial, que previa a contratação de 60 operários britânicos (40 especializados e 20 não especializados) para as 200 vagas na construção de uma nova central na refinaria. Segundo a Sky News, a nova proposta abrange 102 trabalhadores britânicos, que vão ser contratados pelo período de nove semanas.

O acordo só será votado no plenário de trabalhadores de amanhã, altura em que serão conhecidos mais detalhes, mas os organizadores dizem que foram conseguidos "progressos significativos". "O que nos foi oferecido é aquilo que nós queríamos, que é [uma divisão de] 50/50", declarou Tony Ryan, do comité grevista. Assim sendo, os sindicatos e organizadores "vão, amanhã, recomendar aos companheiros que regressem ao trabalho", acrescentou, citado pela Sky.

Por seu lado, a BBC online adianta que a contratação de trabalhadores britânicos não deverá implicar o despedimento dos trabalhadores estrangeiros contratados para a obra. A secretaria de Estado das Comunidades adiantou ontem que 18 portugueses permaneciam em Inglaterra (12 dos quais poderiam regressar em breve a Portugal) e a imprensa britânica adianta que 80 operários italianos estão alojados num hotel-barco à espera da resolução do impasse na refinaria.

A obra, orçada em 200 milhões de libras, foi subcontratada à empresa italiana IREM, que planeava usar a sua própria mão-de-obra, contratada em Portugal e Itália, mas os trabalhadores britânicos de outras empresas que operam na refinaria queixaram-se de discriminação, alegando ter sido impedidos de se candidatar às vagas – uma acusação que a Total recusou.

Quarta-feira, centenas destes trabalhadores iniciaram uma greve, que nos dias seguintes se estendeu a outras unidades do sector energético, fazendo temer uma paralisação geral, o que obrigou o Governo a pedir a intervenção da Acas, uma organização de mediação laboral, para tentar resolver o conflito. As negociações, iniciadas segunda-feira, envolveram representantes dos sindicatos, da Total e de empresas subcontratadas.

(Notícia actualizada às 15h11)

Eu estava intrigada e fui à procura e de facto estas coisas das relações laborais, como sabem, desinquietam-me!
Mas será possível, que porque achamos que existe discriminação, tenhamos que criar uma lei que vem aplicar uma regra discriminatória!
E o que mais me arrepia é que isto se está a passar em terras de Sua Magestade, uma terra que acolhe toda a gente...
urrrr... que arrepio!

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