No dia do casamento da minha irmã, tinha perfeita consciência que o mais provável era que fosse aquele dia o último em que iríamos estar todos juntos.
Já sabia que me vinha embora.
Sabia que a vida das pessoas ia continuar e que as minhas visitas anuais não iriam coincidir com as perdas ou com as alegrias.
As alegrias podemos provocar... o resto é impossível de antever.
Hoje sei-os todos juntos.
Hoje consigo visualizar cada um deles, os lugares onde estão sentados. Consigo ver as lágrimas a cair pelo rosto da minha tia, as mãos do meu tio, sem posição, os meus primos de volta deles a tentar consolar e a procurar eles também um pouco de consolo. Consigo ver as minhas outras primas, a minha irmã, a minha mãe. O meu pai e o irmão, um de lágrima nos olhos e boina e o outro com o seu blusão e de mãos nos bolsos. Consigo ver a minha madrinha a racionalizar tudo. Consigo, consigo... porque sempre lá estive com eles, junto deles.
Quando fecho os olhos é lá que estou...
E por isso... hoje é dia de trabalhar muito aqui em casa e de rezar a trabalhar...
Hoje sinto de verdade que abalei...
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