quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

actualidade

Tenho lido muitos comentários sobre a situação na Grécia e fico triste sempre que se fala de uma forma banal e depreciativa do povo grego, como um conjunto de mandriões e corruptos e fico ainda mais triste quando o oiço pela voz de portugueses.

Nesta minha luta (porque de facto está a ser uma luta) de procurar trabalho, fui a uma entrevista a uma agência de recrutamento irlandesa, uma pequena empresa local.
A entrevista foi serena e correu bem (sem resultados ainda, mas bem!) e a dada altura a entrevistadora afirma, ela não perguntou, afirmou "pois aquilo em Portugal está muito mal. Deve ser difícil!"... ora juro que fui completamente apanhada de surpresa com a afirmação e a minha cara deve ter transmitido de facto o estado de perplexidade em que me encontrava e simplesmente balbuciei algo afirmativo e mais nada.

Quando dali saí e ainda que tenha simpatizado com a pessoa que conduziu a entrevista, chamei-lhe mentalmente todos os palavrões possíveis para designar a comum "filha da mãe"!!! Afinal, quem se julgava ela para falar do meu país!? E do que por lá vai bem ou mal!?

Pois é, é que quando se fala mal do nosso país, ou alguém o julga seja por que motivo for, passa a estar a falar dos nossos pais, dos nossos familiares, dos nossos amigos... e esses vivem a vida do dia-a-dia, não andaram a desviar milhões, a decorar apartamentos em França e nem sabem o nome dos paraísos fiscais.

E é por isto que eu fico triste quando oiço portugueses num modo geral a falar de forma depreciativa do "povo" grego!
É porque gregos já fomos todos...


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