quinta-feira, 12 de maio de 2016

À uns dias na escola cruzei me como uma italiana, que mora aqui perto de nós e com quem por vezes falo.
Ela é enfermeira e contou-me que tem agora uma colega portuguesa.
Ao contar-me da colega, referiu que esta havia deixado 3 empregos em Portugal e que ainda assim onde está agora, consegue receber mais dinheiro.

Qualquer coisa há-de ter acontecido na minha reacção, que ela de imediato me responde, não tenhas vergonha, porque infelizmente no meu país é igual, é triste, mas é a realidade.
Sorri e pela primeira vez contei, que no meu último ano em Portugal, fui professora assistente no Ensino Superior em regime de part-time e que ganhava menos do que no actual part-time que tenho como administrativa num ginásio (ainda nunca tinha verbalizado isto!).

É verdade, quando deixei a Escola recebi uma carta de recomendação escrita em Inglês, para a mostrar nas candidaturas aqui. Nunca a mostrei, aliás nunca saiu da pasta, porque na descrição da função aparece a categoria profissional, com o correspondente salário e é sem dúvida vergonhoso que se tenha Professores a ganhar o SMN (ainda que em regime de part-time).

Muitas vezes quando falamos com outros portugueses, existe sempre a necessidade de defender que os salários aqui são mais altos, mas o custo de vida também.
Sim é verdade.
Mas ter enfermeiros que ganham menos de 1/3 do que vêm receber para cá. Ou professores que o deixam de ser e vêm para cá fazer qualquer coisa que apareça e ainda assim garantam um ordenado mais elevado, devia nos fazer pensar que Europa é esta!?

Como é que é possível tamanha desigualdade?
Valem os nossos braços menos?
É o nosso conhecimento menor?

Não estamos a comparar Portugal, com a China, com os EUA ou com qualquer outro país de outro Continente, mas sim com países da Europa, da dita União Europeia. Cada vez me pergunto mais qual o significado da palavra União.


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