Na noite das eleições existiram, para mim, duas coisas muito difíceis de entender.
A primeira, que já se antecipava, a coligação PàF ter ganho. Isto a mim custa-me horrores a acreditar como foi possível de acontecer, uma vez que é a primeira vez na história da Europa que tal sucede.
O segundo facto a dimensão da abstenção e a necessidade que sinto e que gostava de ver satisfeita, de perceber / conhecer quem é de facto esta abstenção!
Porque começo a considerar que é estável demais, para ser somente resultado de uma apatia eleitoral.
Uma semana depois e ainda não é claro o que vai acontecer. Ainda que todos tenhamos percebido que antes dos 4 anos concluídos, vamos ter novas eleições, como tal, até é boa ideia estas negociações demorarem mais tempo, pois assim andamos um pouco para a frente em tempo!
Considero que sim, que é sempre um grande desafio democrático para qualquer país governar sem maioria, mas acho que esse devia ser sempre o grande exercício da democracia. Obriga a conciliação, a discussão, a entendimentos e obriga a de facto perguntar o que é melhor para o país e não para determinado partido. Evitando que em cada novo ciclo cada partido aponte o dedo de forma acusadora sobre os desastres sempre únicos cometidos, pelos outros, claro!!!
Uma amiga minha daqui perguntou-me na sexta-feira "E agora? Afinal as pessoas não se importam de continuar na mesma? Isto aconteceu devido ao ex-primeiro ministro que está preso?" e antes que ela continuasse e fizesse mais perguntas, para as quais eu não tenho resposta, afirmei "se eu que sou portuguesa não entendo o que aconteceu, como é que tu queres entender!?"...
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