quarta-feira, 15 de abril de 2015

Natalidade

Hoje em todos os jornais portugueses fala-se em natalidade. Hoje a Assembleia da República em Portugal debate exactamente este tema.

Eu que tenho 3 filhas sempre achei este tema de grande interesse.
Até porque eu só tenho 3 filhas, mas como já aqui contei várias vezes, nos meus círculos mais próximos era uma "ave rara", que muitas vezes olhavam como um pouco louca pela decisão de meter 3 filhos no mundo, ainda assim tive sempre algum "perdão" pois tenho gémeas.... ou seja não é minha culpa ter 3 filhos!!!

Sei de algumas histórias absolutamente ridículas de amigos meus (loucos, claro!) que arriscaram ter ainda mais que 3 filhos! A irresponsabilidade que lhes é associada, só lhes é perdoada, pela claro, suposta riqueza em que têm de viver (a conhecida frase, "se têm tantos filhos é porque podem") e pela fé que os suporta!

Mas esta é uma realidade das gerações do 25 de Abril em Portugal, até essa altura, os nossos avós tinham sempre mais de 2 filhos e contrariamente ao que hoje ocorre, se não tinham é porque havia algum problema! A geração dos nossos pais já achou que para "lhes darmos tudo, não podemos ter mais" e passou a ser comum ser-se filho único, ou com muita sorte ter-se um irmão. Claro que esta é uma realidade de uma maioria, havendo sempre minorias que muitas vezes equilibravam a balança!

Quando para aqui vim, passei a ser normal, 3 filhos por aqui é normal! E muitas, muitas famílias têm mais!

Durante estas férias da Páscoa estava no Parque e uma mãe grávida e uma outra que teve recentemente o seu terceiro filho, perguntaram-me directamente: "não estás a pensar ter mais filhos?". E eu não consegui não rir, tentei explicar o porquê de estar a rir e nem sei se elas entenderam... mas é que no espaço de 2 anos deixaram de ter pena de mim por ter 3 filhos e provavelmente existe gente que passou a ter pena de mim por só ter 3 filhos!!!

Por isso acho óptimo que se discuta a natalidade em Portugal, mas continuo a achar que não temos nenhum problema de natalidade, temos um problema de família. Deixámos de valorizar socialmente a família, deixamos de considerar o nosso elo primário a família e passamos a achar que é mais fácil viver em círculos pequenos do em círculos partilhados!!!

Aqui também não existem muitos apoios à natalidade, ou às crianças. As creches são como em Portugal caríssimas, o abono de família sim existe, mas para o custo de vida deste país não é nenhum valor exagerado. E tirando uma ou outra medida mais eficaz, nenhuma delas é motivo para que as pessoas queiram ter filhos, até porque naturalmente como no resto do mundo começam a ter menos.
Mas é comum, é normal, é tradicional viver-se em família. A família ser grande e estar espalhada e serem muitos e é tão giro.

Tenho essa sorte, principalmente do lado do Jorge a família é bem grande!
E que maravilha que é.


1 comentário:

Edu disse...

Sim, somos ricos... é uma riqueza enorme ter a casa cheia! Mas isso não se traduz em dinheiro, traduz-se em amor. E isso é o que realmente importa!