quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Quarta feira de cinzas

Inicio de Quaresma.

Se houve coisa que sempre me incomodou na minha paróquia era que nunca podia ir à eucaristia da quarta feira de cinzas lá. Porquê? Porque, mesmo sendo um dia diferente só se fazia uma eucaristia, a das 09.00h.
Ou seja a missa diária, era a mesma e a única efectuada neste dia.
Quando trabalhamos 09.00h é mesmo aquela hora em que é impossível comparecer a uma eucaristia.

Por isso enquanto trabalhei em Setúbal, neste dia chegava um pouco mais tarde ao trabalho e ia à missa a S. Julião, pertinho da empresa, saia directa da igreja para o trabalho. Tive chefes a quem era simples explicar e que nem perguntavam nada, tive outros a quem simplesmente disse que ia chegar atrasada sem entrar em justificações, enfim, o mundo empresarial nem sempre gosta de católicos.

Quando deixei de trabalhar em Setúbal, tinha de procurar em paróquias vizinhas à minha, celebrações feitas à hora que se chega do trabalho e mais uma vez era impossível assistir à eucaristia na minha paróquia.

Aqui este ano, este dia coincide com o início do mid term, como tal hoje tenho as minhas 3 filhotas comigo e dado elas já terem planos combinados com as amiguinhas, achei mais fácil ir a uma eucaristia fora dos horários normais. Apesar de haver uma às 19.15h, preferi ir à das 7,15h e qual não foi o meu espanto quando entrei na igreja. Uma igreja cheia, muita gente, muita gente mesmo. A grande maioria pessoas prontas para irem logo de seguida a caminho do trabalho, mas muitas outras também, famílias com crianças e muitos dos pais dos meninos da escola das miúdas.

Na minha antiga paróquia muitas vezes fazíamos reflexões sobre o porquê de existir um fosso geracional na igreja, ou seja, havia jovens, havias seniores, mas poucos adultos em idade adulta.

A verdade é que nem sempre a Igreja se preocupa em estar perto da população adulta, que trabalha e muitas vezes ainda gere uma vida familiar.

Acreditem que fiquei tão feliz, por ver a claridade da manhã a entrar na igreja através dos inúmeros vitrais e a ver cheia de gente.
Faz com que não esqueçamos que a Igreja está viva.


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