Existe a família, os amigos, os amigos dos amigos, vizinhos e um enorme circulo de relações sociais à nossa volta com o qual se perde o contacto.
Se é verdade que cada vez mais as crianças lidam com menos círculos sociais, esta caracteristica passa a ser ainda mais evidente no contexto da emigração.
Mesmo criando novos amigos, estabelecendo novas relações não se consegue recuperar décadas da nossa vida e da nossa história.
Se tudo isto é nos dias de hoje verdade por inúmeras análises sociológicas, que nos mostram que nunca a família viveu tão intensamente a sua relação e fechada sobre si própria, maior verdade se tornou para mim.
Eu que sempre deixei as minhas filhas conviverem em vários grupos diferentes. Aqui vejo-as muito mais agarradas a mim e eu a elas.
Cinema, mãe e pai.
Parque, mãe e pai.
Passeio, mãe e pai.
Comida especial, mãe e pai.
Andar de bicicleta, mãe e pai.
Ou seja deixou de lhes ser possível pedir a qualquer outra pessoa uma qualquer actividade.
O pai e a mãe passam a ser os que permitem qualquer coisa, ou os que negam quase tudo!
Emigrar em família torna nos mais próximos, mas também mais dependentes.
Se nos dá ainda mais orgulho a família que construímos, também nos exige muito mais, não existem escapes, não existe partilha, não existe sequer a "gabarolice" tão própria de qualquer pai.
Existe sim um vinculo ainda maior, pois sabemos que em tudo dependemos de nós, só de nós.