quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Desculpem lá

mas não consigo evitar ter eu também de escrever algo sobre o caso Fernando Tordo.

Sim porque todos os dias, continuo a receber sugestões, opiniões, artigos e mais um sem fim de publicações portuguesas ou que mostram que o homem é um coitado, ou que provam que ele é um patife!!!

E em Portugal, neste momento existe uma grande falta de notícias importantes para documentar e reflectir.
Vejamos foi por estes dias que o caso dos submarinos foi fechado nos tribunais, foi também por estes dias que o tribunal constitucional vetou (pela décima vez em três anos) uma proposta do governo, houve ainda o congresso do partido que está no governo, inúmeras gafes e falhas de vários ministros e deputados (acho que esta semana a presidente da AR ficou de fora deste circulo) e está a decorrer a avaliação da troika... mas fazer correr tinta sobre uma pessoa que aos 65 anos pega na trouxa e vai literalmente cantar para outro lado é mais relevante.

Além de que acreditar simplesmente no que a pessoa escreveu, que parte por opção, sem amargura e com muita esperança, é difícil para a grande maioria das pessoas e como tal temos que fazer o que fazemos melhor em conjunto ... falar mal. 
Carregar de forma depreciativa o comportamento de alguém, mostrar que a vida só lhe deu o que ele semeou... assim como a todos nós.
Mostrar que a cruz que a pessoa apresenta é muito mais pequenina que a de cada um dos que está na plateia!!!

Claro que esta situação a mim me irrita e  incomoda. Talvez e somente por também eu ter emigrado (palavra que ainda hoje me custa utilizar), ou talvez porque estas questões de pensamento pequenino e destrutivo me incomodam de modo particular.

Se existe coisa que adoro por estas terras é a malta dizer bem da vida. É as pessoas estarem felizes porque está sol e quando começa a chover olharem para o céu à procura do arco íris.
Enfim, é sempre uma questão de perspectiva.

A minha é que é preciso ser muito corajoso e inconformado para aos 65 anos se emigrar. Até porque eu tenho 36 e ainda não percebi como é que fui capaz de tomar esta decisão, ainda estou surpresa comigo própria.

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