quarta-feira, 9 de abril de 2014

as crianças

De facto o meu blogue não é da moda!
Aliás quem aqui vem, ou vem por engano, ou me conhece muito bem (o que eu gosto).
Mas muitos dos ditos blogues da moda, andam a publicar post's e mais post's sobre se é ou não discriminação existirem hotéis e restaurantes que não aceitam a presença de crianças.
Será óbvio que a minha opinião é que é discriminação. Mas não é sobre isso que quero falar, até porque os estabelecimentos que têm tais regras não fazem parte da minha rota de vida, logo e apesar de ser uma questão que irrita os nervos, a minha vida não se cruza com essas questões.

Mas eu sou mãe de 3 crianças, em que as mais novas só agora estão com 5 anos. E no meu país, e particularmente no sitio onde vivia, muitas vezes sofri efectivamente discriminação. Atenção, nunca ninguém me proibiu de nada, ou me expulsou de sitio algum, mas percebemos bem quando nas lojas, restaurantes, cafés ou até na rua se acha que as crianças estão mais, principalmente quando andamos sozinhas com as 3, atreladas.

Ora, depois da minha situação profissional, ter passado a precária, passei a andar muitas mais vezes sozinha com as minhas filhas e dado não conduzir andava muito a pé ou de transportes públicos com elas. Frequentemente ouvia "piropos", frases menos lógicas e passei por situações que em bom português se diz: "não lembram ao diabo!".
E o ano passado vim para a Irlanda e vim com 3 filhas, passei a desempregada (até esta altura por opção) e continuo a não conduzir. E nunca mais senti que as minhas filhas estavam a mais. Antes pelo contrário... os comportamentos de criança delas são mais bem aceites pelos outros, do que muitas vezes por mim (completamente formatada a uma cultura que nos diz que as crianças estão a mais, incomodam e fazem barulhos). Sim elas fazem barulho, sim elas mexem em muita coisa, sim elas correm mais que nós... sim a mais um sem fim de comportamentos... mas sim elas são crianças e as crianças são assim, barulhentas, descoordenadas, sujam-se a comer, caem a correr... enfim... normais.

Aqui levo-as para todo o lado, ando a pé, de transportes públicos e de carro, claro e nunca mais senti que era anormal por ter 3 filhas. Podem achar que era uma questão minha. Ou podemos de facto considerar que é sem dúvida uma questão cultural.

Para mim é fácil perceber que é muito mais confortável passear aqui com as minhas 3 filhas, do que na terra onde sempre vivi (com muita tristeza minha).


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