Tinha 8 anos quando literalmente me concretizaram um desejo, recebi uma irmã no dia 11 de Abril.
Não me lembro de tudo, tudo sobre esta data. Mas lembro-me bem de ir com o meu pai visitar a minha mãe e conhecer a minha pequenina irmãzinha.
Lembro-me de tudo à volta dela ser cor de rosa, lembro-me dela pequenina dentro do berço e lembro-me muito bem o quanto linda ela era. Um bebé lindo pequenino, rosado e super bem cheiroso.
Desde o primeiro dia que a minha irmã invadiu a minha vida, mas não de maneira a tirar-me algo, mas de maneira a acrescentar. Desde que tenho uma mana soube que nunca mais estaria sozinha.
Fui filha única durante 8 anos e desejei muito deixar de o ser.
Hoje percebo ainda melhor o porquê, de ser tão importante ter irmãos.
E falo muitas vezes ás minhas filhas (que por vezes, também, ainda não percebem) da maravilhosa experiência que a vida nos dá por termos uma mana e dou-lhes mesmo o meu exemplo e o da minha irmã.
Conto-lhes o quanto nós brigávamos em miúdas, o quanto discutíamos nas fases da adolescência, mas também lhes conto que estive sempre próxima dela em tudo, assim como ela de mim.
Tenho uma vida cheia com a minha mana.
Não será certamente verdade que tenhamos passado todos os aniversários juntas, mas esta é sem dúvida a primeira vez que fisicamente estamos de facto impedidas de o fazer. E hoje sinto-lhe ainda mais a falta. E hoje sinto ainda mais a necessidade de lhe dizer que a admiro imenso, que foi ela e muitas vezes ainda é, a pessoa que constamente me mostra que os nossos limites existem para serem ultrapassados.
Que para mim ela será sempre como que, a minha primeira filha (se tal fosse sequer possível).
E que por mais aniversários que complete, ela vai ser sempre uma miúda para mim.
Hoje a minha mana está de Parabéns e por isso acordámos de manhã a cantar "Happy Birthday" (a dobrar claro!).