o texto do Mia Couto, sobre a "Geração à rasca - a nossa culpa".
E a pensar o quanto extraordinária é a capacidade de colocar em palavras aquilo que nos inunda a alma.
Mais extraordinário se torna quando alguém escreve aquilo, e exactamente aquilo que nos parece lógico, claro e transparente.
À muitos anos atrás, pensava vir a ser jornalista, daquelas de redacção e tudo e ainda participei em jornais de escola e afins e fiz umas visitas ao DN, chegando a escrever no DN Jovem, corria o ano de 1995. O tema em 1995 foi "Geração Rasca"... em que eu nada comparado à brilhante escrita do Mia Couto, falava exactamente, de uma geração que gritava, que não se conformava, que procura de todas as formas de diversão em qualquer grupo de amigos, ainda em bancos de rua e assim, que lutava para uma vaga na faculdade, porque eram mais os que ficavam de fora do que aqueles que entravam.
Custa-me acreditar que de "Rasca" passou-se para "à Rasca"!