domingo, 19 de maio de 2013

Viagem...


Quando surgiu a ideia de ir até à Irlanda, até eu fiquei surpresa comigo própria e admito que estranhei a ligeireza com que esta ideia se formou um mim. Mas a verdade é que estou cansada de ouvir e de dizer frases como "só em Portugal é que isto é possível" e quero comprovar a parte em que possa ser verdade e a parte em que é mentira.

A possibilidade de emigrar existe na nossa casa quase desde sempre. Primeiro porque o Jorge é Eng. Informático, depois porque desde sempre que temos familiares e amigos no estrangeiro e quase que podemos dizer por este mundo fora.
No entanto sempre fui uma resistente á ideia.
Dou valor ao meu país, tenho orgulho nas minhas raízes e dou valor á nossa história que conheço e admiro. A juntar a tudo isto acredito que cada um de nós com o nosso trabalho e o nosso serviço pode ajudar a tornar o mundo um melhor lugar. Daí sempre estive envolvida na minha comunidade e principalmente através da fé que tenho, sempre procurei colocar os meus dons ao serviço, assim como procurei criar laços para caminhar no sentido do meu desenvolvimento.
Mas de facto nestes dois últimos anos a minha vida mudou muito. E eu mudei com ela.
O facto de me ter soltado de umas amarras castradoras, fez me olhar para fora de outra forma. Faz me questionar uma imensidão de coisas.
Nunca como antes fui tão livre e no entanto sinto essa liberdade limitada.
Nunca como antes questionei tanto tudo aquilo em que vivo.
E por isso esta viagem surgiu como uma oportunidade de ver, de conhecer, de explorar.
Do que vi, venho feliz.
Não por ver um mundo diferente, que mesmo sendo em muito, não o é em tudo.
Mas venho feliz pela certeza de que sim é possível continuar a acreditar em tudo quanto acredito, defender tudo o que defendo e ainda assim rumar para novos "mundos".
Certamente carregada de muitos sentimentos contrários, mas com a certeza de que toda a minha história, todas as minhas experiências, todas as minhas conquistas me trouxeram aqui e me tornaram na pessoa que sou hoje. Capaz de tomar decisões não pela falta de possibilidades, mas pelo contrário, pelas inúmeras possibilidades que tenho.
O dia de amanhã não sei e as decisões que terei de tomar não conheço,  mas a fé que continuo a ter é a mesma, que tinha quando à muitos anos atrás me perguntaram: "E tu quais são os teus planos para o futuro?" e eu respondi numa mesa de café, aos 17 anos: "os meus planos são os que Deus guarda para mim, a minha certeza é que Ele quer que eu seja Feliz.".


Sem comentários: