quarta-feira, 28 de junho de 2017

Conheço o sentimento. Sei o que é.
Desta vez é um pouco diferente.
Muito mudou, muito mudei.

A juntar a tudo isto, coexiste em mim a incerteza.
Não vamos simplesmente sair daqui para a casa nova. Ainda não. Existe ainda um meio tempo, sobre o qual não está nada definido.
Tento viver o dia-a-dia, sem pensar muito nesse tempo.

Concentro a minha energia, para preparar o recomeço do ano escolar e as férias, que ainda vamos ter.

A realidade é que temos que sair desta casa no final do mês de Julho.
O plano era sairmos mais para a frente. Mas a provar que o mercado imobiliário é louco na Irlanda, os planos tiveram que mudar. Os nossos senhorios vão regressar a Dublin e querem a sua casa de volta.

A nossa estará pronta mais para o Outono (assim esperamos), até lá temos que encontrar novo poiso.

E o sentimento que me acompanha é o da despedida.
Despeço-me deste sitio que me acolheu a mim e à minha família e que nos fez sentir integrados, ajustados.
Deixo eu amigas, deixa a Matilde, deixam as gémeas, muitas em comum, nas mesmas famílias.

Deixar amigos é acrescentar algo em nós. Como se passássemos a ser maiores. Acumulamos mais em nós para partilhar com os outros.

Mas ao mesmo tempo que sentimos que crescemos, sentimos a pena e a saudade de os deixar.
Como digo, não é um sentimento novo. Sei bem o que é viver com este sentimento, de peito insuflado.

Por isso, tudo tem um sabor doce e ao mesmo tempo amargo. Em tudo se saboreia o dom da partilha e da amizade e em tudo reconhecemos o sentimento da despedida.

Este ano quando for de férias, vou pronta para mais uma vez recomeçar.

Os planos são imensos e os desejos todos bons.
Até lá tenho muitos abraços para partilhar.


quarta-feira, 14 de junho de 2017

o que mudamos

A prova que a vida nos muda, ou que mudamos com a vida é que, se à um ano atrás me contassem que isto ia acontecer, nunca iria aceitar!

Teria a certeza que seria diferente.
Primeiro duvidava na possibilidade da data.
Depois negaria a possibilidade de não estar presente.

O tanto que mudei num ano.
Neste caso, para mim é mais grave foram só alguns meses e sei precisa-los, foi em Dezembro que jurei que eu ia desistir!
E depois Janeiro e Fevereiro foram o culminar daquilo que eu já tinha decidido.

Quem me conhece bem, sabe que sou uma indecisa de primeira. Em relações pessoais então, ainda mais. Tenho sempre esperança (e sei que ainda a tenho).

Mas em Dezembro lembrei-me vezes sem conta da minha amiga Sónia, quando na altura eu com 17 anos, me ensinou a abandonar amizades que nos fazem mal. Que me ensinou que a amizade é como o amor, tem de ter sempre 2 vias.

Não há zanga, nem rancor, somente muita tristeza...

E sim eu mudei.
E que bom que é deixar nos mudar pela vida.




segunda-feira, 12 de junho de 2017

música

A participação da Matilde no National Children's Choir (http://www.nationalchildrenschoir.org/index.html)
foi até hoje das experiências que mais gostei, no que envolve a educação das minhas filhas.

As escolas, têm como opcção de programa lectivo, para a disciplina de música, nos 5º e 6º anos a participação no National Children's Choir. 

Tomei conhecimento desta iniciativa no ano em que a Tânia viveu aqui pertinho de mim. A sua filhota fez parte do Coro e eu na altura tive oportunidade de ir ver. Adorei.
Dois anos depois ainda adorei mais, porque era a Matilde que estava a participar.

O evento envolve escolas de toda a cidade. E na noite do espectáculo que é no National Basketball Arena em Tallaght, juntam-se várias escolas concentrando em cada evento mais de 1000 crianças.

Estes concertos acontecem por todo o país.
Nessa noite, eu e o Jorge fomos ver e adorámos.

Nessa altura fiquei a saber, que após esse evento cada escola, escolhe algumas crianças para cantarem o mesmo concerto, mas no National Concert Hall.
Confesso que nunca pensei que a Matilde fosse escolhida.
Mas a verdade é que foi.
E então eu e o Jorge tivemos oportunidade de assistir a este espectáculo.

A selecção é feita de todas as crianças da Irlanda que participam no National Children's Choir, ou seja, deixa de ser só com crianças de Dublin. Os concertos passam a ter cerca de 300 crianças a cantar, acompanhadas pela orquestra e dirigidos por um maestro.

A acústica da sala é maravilhosa e se o primeiro espectáculo é lindo, o segundo é ainda melhor.
As vozes estão muito mais afinadas, as melodias soam ainda melhor.
Nesta sala não nos é possível filmar, ou gravar nada, havemos de receber um CD com todo o espectáculo.

Adorei esta experiência, que a mim me enriqueceu tanto e que sei que à Matilde ainda mais.

Não consegui no entanto, deixar de imaginar o que seria uma iniciativa deste género em Portugal, a organização que implica e a coragem do próprio Ministério da Educação para que um evento destes faça parte do programa lectivo das escolas.
Quem ensaia as crianças o ano inteiro são os próprios professores, que muitas vezes nas suas limitações musicais, acabam por investir tempo ou dinheiro próprio, para melhorarem a sua formação musical e puderem de uma forma mais profissional orientar as crianças.





Todas estas gravações são do primeiro concerto.




quinta-feira, 8 de junho de 2017

é esta a única resposta

Os últimos tempos têm sido marcados por constantes ataques terroristas.
Infelizmente começam a ser tantos, que já existe alguma naturalidade sobre os mesmos.


Não existem formas para combater este tipo de terrorismo.
As medidas que se implementam transmitem um maior sentimento de segurança, mas na prática nunca suficientes.

Mas sem dúvida que após o ataque em Manchester, fazer um concerto como o que Ariana Grande fez é uma forma de mostrar que o terror não toma conta das pessoas.

Não sou fã da música de Ariana, mas admiro a iniciativa feita. Foram vários os artistas que compareceram e a multidão que os acolheu era imensa.

Será esta uma das formas de tentarmos todos em sociedade viver para além do terror que cada ataque nos causa.

Este concerto foi uma coisa boa e que falta nos faz coisas boas.





"People killin', people dyin'
Children hurt and you hear them cryin'
Can you practice what you preach?
Or would you turn the other cheek?
Father, Father, Father help us
Send some guidance from above
'Cause people got me, got me questionin'
Where is the love (Love)
Where is the love (The love) [2x]
Where is the love, the love, the love
It just ain't the same, old ways have changed
New days are strange, is the world insane?
If love and peace are so strong
Why are there pieces of love that don't belong?
Nations droppin' bombs
Chemical gasses fillin' lungs of little ones
With ongoin' sufferin' as the youth die young
So ask yourself is the lovin' really gone
So I could ask myself really what is goin' wrong
In this world that we livin' in people keep on givin' in
Makin' wrong decisions, only visions of them dividends
Not respectin' each other, deny thy brother
A war is goin' on but the reason's undercover
The truth is kept secret, it's swept under the rug
If you never know truth then you never know love
Where's the love, y'all, come on (I don't know)
Where's the truth, y'all, come on (I don't know)
Where's the love, y'all"

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Com ajuda tudo é mais fácil

Foi por altura dos anos da Matilde que a ideia surgiu.
O meu cunhado recebeu uma proposta para vir trabalhar para Dublin.

A ideia de os ter aqui pertinho de mim, fazia-me sorrir e ficava até nervosa por imaginar que ao sonhar com essa possibilidade a mesma pudesse não vir a acontecer.

Mas passado uma semana (ou seja no Crisma) tudo estava alinhado para que no principio de Maio eles viessem de facto, para perto de nós.

E de facto ter gente nossa a morar perto de nós torna a vida mais fácil.

Organizar a primeira comunhão foi mais fácil graças a eles.
Delinear os próximos meses está a ser menos penoso, por saber que os tenho perto.
Imaginar que pode acontecer alguma urgência e que tenho alguém de confiança para deixar as minhas meninas, tira-me um peso medonho de cima.

Que bom que é termos mais uma vez família assim pertinho.


sexta-feira, 2 de junho de 2017

Ensino

ao ler isto:
http://coconafralda.sapo.pt/ainda-a-escola-de-hoje-2202810

lembrei-me que o sistema de ensino foi um dos principais motivos que me levou a querer sair de Portugal!

4 anos escolares depois e não me arrependo.

Lembro-me quando a Matilde aqui chegou, ficou super feliz, porque tudo o que estava a dar a Matemática, já tinha dado em Portugal e isso dava-lhe mais tempo para se dedicar ao Inglês.

Pensar em fracções no segundo ano, quando as minhas gémeas ainda têm dificuldade em ver as horas, faz-me ter a certeza que tomei a decisão certa.

Já tentei inúmeras vezes falar sobre isto com imensas pessoas que discordam completamente de mim.
Eu como aluna sempre achei o nosso sistema de ensino demasiado repetitivo, ao ponto de ter estudado para testes do décimo ano com livros do sexto!
Além de que depois o choque no ensino superior é muito grande, porque já ninguém te repete nada!

Não concordo com todas as práticas de ensino que se praticam aqui, mas sinto que por aqui as crianças têm mais tempo para serem crianças. Sem terem que aprender uma segunda língua ou a fazer fracções com 7 anos!

Estamos todos muito longe do modelo da Finlândia (e certamente não é possível aplica-lo em todo o lado) mas uns estão mais longe que outros.






quinta-feira, 1 de junho de 2017

ser português

Portugal pode continuar a ganhar competições e a sair em todos os guias turísticos, como o melhor sitio para se gozar férias, que vai ser sempre difícil para um estrangeiro saber o que diferencia Portugal de Espanha.

Esta manhã, estive sozinha no ginásio com um dos treinadores, não havia aulas programadas para esta manhã e tirando alguns clientes o movimento foi quase nulo, nas horas que lá estive.

O meu colega escolheu a música e tentou ao máximo escolher música portuguesa (achava ele).

Entre o "despacito", "bailando" e mais umas quantas do Enrique Iglesias, mais algumas da Jennifer Lopez e ainda umas pérolas de um grupo chamado CNCO, tocou ainda a música oficial do Euro 2016... às tantas e provavelmente porque não obtinha nenhuma reacção da minha parte, perguntou: "Estás a gostar!?".

Coitado do rapaz quando lhe expliquei que nada daquilo era de origem portuguesa. Que ainda que eu perceba, não é a minha língua e que algumas, nem nunca tinha ouvido!