quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Infância

As minhas memórias mais antigas remontam +/- quando eu tinha 4 anos!
Todas elas têm uma ou duas personagens sempre constantes os meus avós.
Os pais do meu pai.
Todas elas se passam no Barreiro, entre a casa da minha avó, o Parque Catarina Eufémia, a Avenida da Praia, a Rua da minha avó e a sua grande janela...


Em todas me recordo, de rir, de correr, de saltar, mais ou menos sempre com a minha avó ao lado!
De entrar a correr num dos pátios que por ali havia, quando íamos visitar a prima.
De passar na Fábrica dos bolos do Tio, quando íamos comprar o pão e o leite, que se comprava a cada dia.
De ao final da tarde ir ter com o avô ao Parque, e a minha avó dizia que só podia ser aquela hora, que antes o avô não gostava.
De passar horas a brincar no banco de madeira encostado à janela da sala.
De dormir, na minha cama na casa da avó e de ela me ir aconchegar a roupa da cama e rezar todas as noites.


Naquela casa, que já não nos pertence e onde já nada temos, tenho as minhas memórias da infância, recordo toda a mobília, os livros da revolução, o sitio dos doces e da loiça fina, as cafeteiras do café junto ao fogão, o quarto dos fundos, onde eu brincava e brincava, o quarto dos avós, o meu quarto (que antes tinha sido o quarto da minha madrinha e que depois já não era meu!!!) e a sala quadrada, com uma mesa quadrada, com o meu prato e o meu copo e os meus talheres.
Daquela casa, guardo tudo até o cheiro...


Da minha infância quase que posso dizer que não me lembro de mais casa nenhuma, a não ser desta...



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